segunda-feira, 18 de junho de 2007

PEQUENO



nos arcos do silêncio sorvendo segundos,
sou menino reguila
criança encantada, esposo devasso
no palácio de um reino sem dona,
cativo na altivez de uma rainha sem trono
onde deixou o coração selado.
ternura tímida
nos braços de um pequeno gentil
que abraça-te o desdém como quem acolhe uma isca fugitiva,
uma vida arredia,
uma dádiva predilecta.
sentimentos mundanos, anjo terno…
doses originais numa palavra encantada,
uma promessa, uma sentença.
e, de espírito entregue,
numa vénia de suprema nobreza,
perguntou-te, agora o menino: “Secas o mar comigo?”
silêncios demorados de uma pequena infame.

[vivianne nascimento]

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na pele de um "pequeno gentil"

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foto (fonte): gettyimages.com